Sabia que houve uma altura em que o sexo explícito entrou no circuito
«mainstream», com estreia em salas regulares? Com a estreia de «Sex and Zen 3D»
recordamos os filmes pornográficos e eróticos que mais deram que falar nos
últimos anos.
A estreia em Portugal do filme erótico «Sex and Zen 3D: Extrema Êxtase», centrado no sexo mas com
cenas apenas simuladas, está a ser recebido com a mesma naturalidade que um dia
se pensou vir a ser lugar comum em tudo o que fossem películas com cenas de
sexo. De facto, no final dos anos 60, a ideia geral era que a abertura de
mentalidades à exposição do corpo e à liberdade sexual levariam a que,
gradualmente, o sexo explícito viesse a ser integrado nas ficções
cinematográficas com naturalidade. E, por incrível que isso hoje possa parecer,
na década de 70 isso quase aconteceu.
Por um breve, momento, a pornografia entrou efetivamente no «mainstream», com
os filmes a estrearem em salas comerciais e a serem alvo de recensão crítica em
jornais de prestígio, realizadores como Gerard
Damiano a serem considerados autores, e atrizes como Linda
Lovelace a tornarem-se estrelas. A moda, que chegou a ser apelidada de
«porno chic», estendeu-se até ao fim da década, mas nos anos 80 voltou a ser
relegada para as salas especializadas em pornografia, florescendo especialmente
no circuito de «home-video».
Eis alguns dos filmes mais célebres da época do «porno chic».
Por Detrás da Porta Verde (1972)
Outro clássico da pornografia, que tornou Marilyn Chambers
uma estrela do género e os irmãos Michell em nomes da referência na cinema X.
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Garganta Funda (1972)
O filme pornográfico mais mítico de sempre e um monumental
sucesso de bilheteira. É o símbolo máximo da curta época em que a pornografia
cinematográfica entrou no «mainstream» e tornou brevemente Linda Lovelace numa
estrela e o realizador Gerard Damiano num autor.
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Mona the Virgin Nymph (1970)
Primeiro filme pornográfico a receber estreia alargada nos
EUA, produzido por Bill Osco e realizado por Michael Benveniste e Howard
Ziehm.
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Pela mesma época, o cinema erótico também atingiu grande expressão, com a
estreia de «Emmanuelle» em 1974 a abrir caminho para uma série imensa de
fitas «soft-core», que no início ainda se tentavam escudar no facto de serem
adaptações de romances (de Emmanuelle Arsan neste caso, de Anne Desclos no caso
de «História de O») para legitimar a adesão do espectador, mas que rapidamente
começaram a criar novos enredos, quase sempre de escasso interesse
cinematográfico.
A partir dos anos 80, o cinema erótico raras vezes teve grande impacto nas
salas de cinema por si só, estando os poucos exemplos quase sempre associados ao
«thriller», como no caso de «Instinto Fatal».
Aí estão alguns exemplos do «softcore» cinematográfico dos anos 70, seguido
de alguns fitas de grande carga erótica das décadas seguintes.
Emmanuelle (1974)
O mais incontornável filme erótico da época, realizado por
Just Jaeckin e protagonizado por Sylvia Kristel, que levou milhões de pessoas às
salas, legitimadas por se tratar de uma adaptação de um romance célebre. Uma
fita francesa com várias sequelas, que colocou o «soft-core» na moda.
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Emanuelle Negra (1975)
O nome diz tudo: este foi o primeiro filme de uma série que
explorava o êxito de «Emmanuelle» mas com uma protagonista de pele negra, Laura
Gemser. Teve também várias sequelas.
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Bolero (1984)
Um dos filmes que implantou a imagem de Bo Derek com
sex-symbol no início dos anos 80, com a célebre imagem da atriz nua a cavalo.
Realizado pelo seu então marido, John Derek.
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Finalmente, a ideia de que o sexo explícito viria a ser integrado de forma
natural nas narrativas cinematográficas continua a ir fazendo o seu caminho,
nomeadamente nos filmes de maiores pretensões artísticas. «O Império dos
Sentidos», de Nagisa Oshima, é o exemplo máximo de uma fita de grande
qualidade em que as cenas de sexo não são simuladas, e até aos dias hoje,
principalmente a partir da década de 90, outros cineastas têm tentado pegar
nesse exemplo para criar filmes sempre controversos, onde nem sempre a fronteira
da arte e da «sexploitation» é muito nítida.
Eis algumas películas não pornográficas com cenas de sexo explícito.
Pink Flamingos (1972)
A obra mais mítica do cineasta de culto John Waters, com uma cena em que Divine faz sexo oral explícito à personagem do seu filho, que mesmo assim está muito longe de ser aquilo que de mais chocante faz no filme...
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O Império dos Sentidos (1976)
Assinado pelo prestigiado Nagisa Oshima, é um dos filmes mais controversos da história do cinema, um exemplo singular de filme de qualidade recheado de cenas de sexo explícito.
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O Fantasma (2000)
Longa-metragem de estreia do português João Pedro Rodrigues, elogiada nacional e internacionalmente, com uma cena explícita de sexo oral.
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Fonte: Cinema Sapo - veja mais sobre esses filmes